Projeto Mina C

A área considerada no empreendimento soma 1.812,36 hectares, abrangidos pelo processo DNPM n˚ 815.707/2004, nela se encontrando reservas estimadas em 63.261.418 de toneladas de carvão “in situ” na camada de carvão Barro Branco que, depois de estudada, e aplicando-se as condicionantes impostas pelo projeto resultaram em 21.021.700 toneladas de carvão ROM. Estas correspondem somente às reservas da camada Barro Branco com espessura mínima de 1,50 metros e que na área cubada apresentam espessura média de 1,72m.

O PTM elaborado para esta mina, prevê a lavra da camada Barro Branco em subsolo pelo método de câmaras e pilares, predominantemente sem a recuperação sistemática dos pilares. O detalhamento do projeto de extração prevê a recuperação controlada de pilares em áreas específicas da mina proporcionando um melhor aproveitamento da jazida. Este detalhamento levará em consideração as condições geológicas, hidrogeológicas e estruturais específicas da área selecionada, bem como a constituição do pacote de cobertura, e a inexistência em superfície de estruturas importantes como residências e corpos d’água principais. O projeto será desenvolvido primeiro em escala piloto de forma a comprovar a segurança de sua aplicação sem causar danos irreversíveis na superfície e sem prejudicar qualquer uso futuro da superfície.

A produção será realizada através de dois conjuntos convencionais, e o desenvolvimento por um conjunto específico, todos eles trabalhando em três turnos por dia, de seis horas cada um deles, seguidos por um turno de seis horas para manutenção dos equipamentos, em regime semanal de seis dias de segunda a sábado. O carvão “run of mine” terá seu beneficiamento feito em unidade de beneficiamento a ser construída na “boca da mina”.

A implantação da mina demandará cerca de dezoito meses, sendo que, os acessos à camada serão feitos por um plano inclinado com seção retangular ou semicircular com área de 15 m2, e comprimento de 835 metros, bem como por dois poços de ventilação com 165 metros de profundidade e seção circular com 5 metros de diâmetro (19.6 m²). Em um dos poços será instalada uma escada de emergência visando a sua utilização como entrada de ar (poço de ventilação) associado à saída de emergência e drenagem. O segundo poço será utilizados exclusivamente para saída de ventilação.

As galerias e travessões dos eixos e painéis de lavra terão de 5 a 6 metros de largura e a altura estará condicionada a altura da camada de carvão. O desmonte da camada será feito através da utilização de explosivos do tipo emulsão e/ou com minerador contínuo e o carregamento do material desmontado das frentes até o sistema de correias transportadoras, será realizado através de um conjunto mecanizado convencional com shuttle-car (carro transportador) e loader (carregador).

Tendo em vista que a economicidade do uso de minerador contínuo ainda não foi comprovada para lavra da camada Barro Branco, está previsto o teste com este tipo de equipamento e sua utilização, se viável, será possível em algumas áreas da mina. O desenvolvimento de eixo principais e secundários em zonas de falha será realizado por meio de um conjunto de desenvolvimento formado por perfuratrizes de frente e de teto e LHD.

O projeto da mina contempla uma planta de beneficiamento com capacidade de 350 toneladas de ROM por hora, composta por jigue e meio denso, capaz de produzir carvões metalúrgicos e energéticos a partir da camada Barro Branco, cujos produtos serão utilizados na produção de coque metalúrgico e de fundição para uso na siderurgia e carvões energéticos utilizados na injeção de alto forno ou no abastecimento ao Complexo Jorge Lacerda da Tractebel.

O nível de produção inicialmente planejado para esta mina é de 1.620,000 t/ano de ROM ou 135.000 t/mês que deverá resultar em 567.000 t/ano ou 47.250 t/mês de CE4500 com 42% de cinzas. Para estes níveis de produção e considerando uma recuperação média na lavra de 46% e de 35% de rendimento no lavador, teremos para este empreendimento um total estimado de 7.350.000 t de produto em 12,9 anos de produção ou aproximadamente 155 meses de produção.

O investimento do empreendimento totaliza R$ 46.657.246,58, sendo R$ 2.793.500,00 na pré-implantação, o montante de R$ 29.901.668,88 na implantação do empreendimento e R$ 13.962.077,70 durante a fase de operação da mina, sendo considerado na análise financeira como formado por Recursos Próprios. O esquema econômico-financeiro elaborado para o PTM mostra que o empreendimento tem capacidade de pagamento dos financiamentos previstos e rentabilidade sobre os Recursos Próprios investidos.

Localização e Vias de Acesso

De acordo com informações da Prefeitura Municipal de Maracajá (2011), a área municipal é de 63,4 km2 e a população é de aproximadamente 6 mil habitantes, o que confere uma densidade demográfica de 94,6 habitantes por km2.

O núcleo urbano central está localizado às margens da BR101, no sul catarinense, distante 6 km do município de Araranguá e 30 km de Criciúma. O centro da cidade de Maracajá está situado nas coordenadas UTM E 651010 e N 6806432. Por rodovias estaduais pavimentadas dá-se o acesso a outros municípios vizinhos, como Forquilhinha e Meleiro, a exemplo da rodovia SC446.

Nas confrontações dos limites municipais, Maracajá limita-se ao sul e a leste com Araranguá, a oeste com Meleiro, ao norte com Forquilhinha e a nordeste com Criciúma, como visto na Figura 1.

O município de Maracajá insere-se totalmente na Bacia Hidrográfica do rio Araranguá. O polígono que compreende a processo 815.707/2004 no DNPM, também se insere integralmente na referida bacia

No local específico de futura instalação do pátio operacional mineiro as águas direcionam-se naturalmente para o rio Sangão.

A área de implantação do empreendimento, será no bairro Sangão Madalena, na rodovia municipal MAR-164 a 300m da BR-101. O centro do pátio onde será implantada a Mina “C”, está situado nas coordenadas UTM E 653.917 / N 6.809.522..

Figura 1: Limites municipais de
Maracajá com os municípios
vizinhos, malha viária e área de
estudo para empreendimento
mina “C”, processo 815707/2004 no
DNPM.

Figura 2: Usos do solo na área da
mina “C” com localização do pátio
operacional.